Sab 9,13-19
Salmo 89 (90)
Flm 9b-10.12-17
Lc 14,25-33
A liturgia do 23º Domingo do Tempo
Comum convida-nos a abraçar o Reino de Deus como discípulos disponíveis e
desprendidos de todos os bens, até dos mais valiosos, os pais e a própria vida.
O grande sentido é superar o apego, renunciar ao que nos prende no egoísmo, nas
coisas que nos impedem de sermos totalmente disponíveis ao projeto do Reino
numa atitude de amor radical, amar de todo nosso coração.
O conteúdo da pregação de Jesus foi
essencialmente a novidade do Reino, que como ele mesmo disse no evangelho do
Domingo anterior é o banquete dos pobres e dos que estão as margens da
sociedade. Por isso, o “caminho do discípulo” é um caminho em que o Reino deve
ter a primazia sobre as pessoas que amamos, sobre os nossos bens e sobre nossos
esquemas e interesses pessoais.
O caminho de seguimento do Reino não é
fácil e no evangelho encontramos três exigências fundamentais para quem quer
seguir o caminho do discípulo e sentar-se à mesa do Reino. A primeira delas é o
desprender-se dos laços familiares. O discípulo de Jesus deve estar aberto a
sair do próprio comodismo familiar, como Deus fala a Abraão: “Sai da tua terra,
de tua pátria e da casa de teu pai”, para aderir e anunciar a proposta do
Reino. A segunda exige a renúncia da própria vida. O discípulo de Jesus não
pode ficar preso no egoísmo, na autossuficiência, nem nos próprios interesses,
mas, tem que colocar sua vida a serviço do Reino como um dom de amor. E a
terceira exigência é a renúncia aos bens, não combina com o discípulo viver de
forma apegada às coisas materiais sendo que o Reino é gratuidade, é partilha, é
amor. O discípulo não pode viver de forma egoísta, mas disponíveis e
despedido.
O livro da sabedoria nos ajuda nesse
caminho do discipulado. O autor do livro fala da finitude do homem, das
limitações, das dificuldades, fala que por nós mesmos não conseguiremos
compreender o alcance das coisas e nem descobrir o verdadeiro sentido da vida.
É preciso, pois a sabedoria que vem de Deus e só por meio dela poderemos chegar
aos desígnios do Pai e encontrar a verdadeira felicidade. O discípulo deve
acolher a sabedoria, dom de Deus para todos que querem viver com sentido. Deus
nos dá a sabedoria para encontramos o sentido da vida e discernir o verdadeiro
do falso e o que é essencial daquilo que é inútil.
Portanto, o tomar a cruz é aceitar as
exigências, aceitar o que é incomodo e seguir a Cristo. E mesmo quando sobrevierem
as contradições, as desilusões, as ameaças e os obstáculos que vão contra o
seguimento, continuarmos firmes por amor de Cristo e aos irmãos.
Sem. Pablo
Dourado