Salmo 66/67, 2-3.56.8: Que Deus nos dê a sua graça e a sua bênção;
II leitura – Gl 4,4-7: Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher;
Evangelho – Lc 2,16-21: Encontraram Maria e José e o recém-nascido. E, oito dias depois, deram-lhe o nome de Jesus.
Hoje celebramos a solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. Celebramos também o dia mundial da Paz e o Papa Francisco propôs o tema: “A paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica”; e iniciamos um novo ano civil: 2020 depois de Cristo.
1. A Palavra que escutamos nos apresenta (Evangelho) os pastores visitando Jesus; eles, por primeiros, encontram o recém-nascido com Maria e José. Pobres encontram o Pobre que vem para enriquecer a todos. Mas, para acolher os seus dons, é preciso ter consciência da própria pobreza, ser capazes de dar alegria e “glorificar e louvar a Deus por tudo”. O evangelista Lucas recorda que Maria e José cumprem com as obrigações da Lei, e Jesus recebe a circuncisão, sinal de pertença ao povo eleito, e da aliança que Israel vive com o seu Deus. Ao filho, os pais dão o nome Jesus; significa “Deus salva” ou “Deus é salvação”. O anjo tinha dito que o menino que ia nascer “Salvará o seu povo de seus pecados”.
2. Com a presença de Jesus, o Filho de Deus que vem morar em nossa terra, é-nos dado um sinal da bondade de Deus para com a humanidade. Quem tiver mente e coração abertos para compreender e acolher o imenso dom de Deus à humanidade, recebe uma proposta de vida repleta de sentido, de salvação, de esperança.
3. Contemplemos hoje Maria, a Mãe. A liturgia a proclama de Mãe de Deus, “pois ela trouxe o autor da vida”, reza a oração do dia; “quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher”, diz o apóstolo Paulo (II leitura). No Filho amado, nós todos nos tornamos filhos, e “tudo isso por graça de Deus”, conclui o apóstolo.
4. Em sua mensagem para o dia mundial da paz, o Papa escreve: “A paz é um bem precioso, objeto da nossa esperança; por ela aspira toda humanidade. Depor esperança na paz é um comportamento humano que alberga uma tal tensão existencial, que o momento presente, às vezes até custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros dessa meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho”. (...) “Sabemos que a guerra, muitas vezes, começa pelo fato de não se suportar a diversidade do outro, que fomenta o desejo de posse e a vontade de domínio” Nasce no coração do homem, a partir do egoísmo e do orgulho, do ódio que induz a destruir, a dar uma imagem negativa do outro, a excluí-lo e cancelá-lo” (...). Em conclusão, o Papa orienta: “Devemos procurar uma fraternidade real, baseada na origem comum de Deus e vivida no diálogo e na confiança mútua. O desejo da paz está profundamente inscrito no coração do homem e não devemos resignar-nos com nada de menos” (...) “O mundo não precisa de palavras vazias, mas de testemunhas convictas, artesões da paz abertos ao diálogo sem exclusões nem manipulações... A paz é uma construção que ‘deve estar constantemente a ser edificada’, um caminho que percorremos juntos procurando sempre o bem comum e comprometendo-nos a manter sempre a palavra dada e a respeitar o direito. Na escuta mútua, podem crescer também o conhecimento e a estima do outro, até ao ponto de reconhecer no inimigo o rosto de um irmão”.
5. Ao seu povo, no início do novo ano, o Senhor dá a sua bênção: (I leitura): “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti!”. Como o sacerdote da primeira aliança, eu também desejo a cada um/a, e a toda a comunidade e à Cidade um novo ano de paz. Deus nos dá sempre a ‘sua’ paz, diferente da paz do mundo. Saibamos acolher este grande dom; seu nome é Jesus, Ele é o ‘Príncipe da paz”. Que Ele entre em nossas vidas e as transforme, em nossos corações e os ilumine, em nossas relações e as torne mais transparentes, verdadeiras e repletas do seu Espírito de amor.
Dom Armando Bucciol
Bispo Diocesano