A Comissão
Episcopal Pastoral para a Liturgia teve sua origem em março de 1962, sendo
oficialmente constituída e aprovada pelos Bispos do Brasil, durante a V
Assembleia Geral, em abril do mesmo ano, quando foi elaborado o Plano de
Emergência para a ação pastoral da Igreja. Dom Clemente Isnard foi o seu
primeiro Presidente, permanecendo no cargo por 22 anos. Hoje, a Comissão é
presidida por dom Armando Bucciol (foto), e tem como membros dom Edmar Peron e
dom Fernando Panico.
A constituição
da Comissão de Liturgia teve forte influência do Concílio Vaticano II, sob o
impulso do Movimento Litúrgico, inspirando suas opções, proposições, metas de
ação e escolha dos seus membros.
A Reforma
Litúrgica emanada do Concílio, após a promulgação da Constituição conciliar
sobre a Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium, foi, progressiva e sistematicamente,
assumida pela Igreja do Brasil. O uso do vernáculo, a imediata tradução dos
livros litúrgicos à medida que iam sendo editados, a preocupação com a
participação ativa de todos na liturgia, foram opções feitas pela CNBB que
desencadearam ações concretas para a vida litúrgica no Brasil. Algumas ações
merecem destaque.
Formação litúrgica. Os
bispos perceberam que a reforma litúrgica só teria eficácia, percorrendo um
caminho de sólida e constante formação litúrgica. Para isso, foram criados
espaços formativos, no intuito de atingir o maior número possível de agentes.
Os Encontros
Nacionais de Liturgia (1964-1966) suscitaram a criação de outros espaços
formativos. Daí surgiram: o Instituto Superior de Pastoral Litúrgica – ISPAL
(1964); os Encontros Nacionais de Música (1965-1969) e de Arte Sacra
(1967-1968); os Encontros Nacionais de Missa na TV (1972-2004) os encontros
Nacionais de Professores de Liturgia (1980-1987), que levaram à criação da
Associação dos Liturgistas do Brasil – ASLI (1989); a criação do Centro de
Liturgia, hoje denominado Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard (1985); o
Curso Ecumênico de Formação e Atualização Litúrgico-Musical – CELMU (1991); os
Encontros de Formação de Compositores Litúrgicos (2006), dentre outras
iniciativas e realizações no campo da formação.
Publicações de subsídios.
A partir das reflexões nos Encontros Nacionais de Liturgia, foram elaborados e
publicados subsídios que se tornaram estudos e documentos da CNBB. Todas as
áreas da liturgia (sacramentos, sacramentais, música, piedade popular, arte
sacra, etc.) foram contempladas. Estas publicações são fontes de uma sólida
teologia litúrgica elaborada aqui no Brasil e estão à disposição para
pesquisas, aprofundamentos e estudos dos agentes de pastoral litúrgica.
Inculturação da liturgia.
A CNBB, sempre sensível às realidades do nosso povo, tem buscado uma constante
inculturação da liturgia em solo brasileiro. Foi elaborada, aprovada e
reconhecida uma Oração Eucarística própria para o Brasil, usada pela primeira
vez no Congresso Eucarístico Nacional de Manaus, em 1975; desde 1985 foram
publicados Hinários Litúrgicos para todos os tempos, festas e sacramentos,
assumindo as constâncias rítmicas e melódicas da música brasileira; foram
revistos e publicados os rituais do Matrimônio adaptado para o Brasil (1993) e
do Batismo adaptado à índole do povo brasileiro (1999).
A Comissão
Episcopal Pastoral para a Liturgia, contando com três bispos e três assessores
em seus setores (Pastoral Litúrgica, Música Litúrgica e Espaço Litúrgico),
continua a sua missão de investir na formação a nível nacional, regional e
diocesano, promovendo e apoiando cursos, seminários e encontros, como por
exemplo, o Encontro com os Responsáveis por Folhetos Litúrgicos, que é
realizado deste a década de 1970.
Os trabalhos
da Comissão são realizados em articulação com os bispos referenciais e as
comissões diocesanas, investindo em agentes multiplicadores, para uma maior e
plena participação ativa de todos na liturgia. Como ações específicas da
Comissão, dentre outras atividades, está sendo feita e, progressivamente,
aprovada a tradução da terceira edição típica do Missal Romano para o Brasil, a
revisão e atualização dos Hinários Litúrgicos e a elaboração de um texto base
de orientações para a construção e reforma de igrejas no território brasileiro.
Que a memória
desses 60 anos nos ajude a prosseguir na missão da renovação litúrgica em nosso
país, para que a obra salvífica de Cristo continue na Igreja através da sagrada
liturgia (cf. SC 6-7).
Dom Armando Bucciol
Bispo de Livramento de Nossa
Senhora e Presidente da Comissão
Pe. Hernaldo Pinto Farias, sss
Pe. José Carlos Sala
João Martins de Oliveira Filho
Assessores dos Setores: Pastoral
Litúrgica, Música Litúrgica e Espaço Litúrgico, respectivamente
vide CNBB