O Evangelista Lucas,
cujos escritos gozam de primazia neste ano C, nos presenteia neste décimo
quinto Domingo Comum com a belíssima parábola do bom samaritano, enfatizando os
temas da compaixão e da misericórdia tão frequentes e relevantes no terceiro
evangelho. Mais uma vez, nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo torna fácil,
acessível e vivível aquilo que diz respeito a Deus, bem como fazer o que lhe
agrada e estar em sua companhia, o que parecia difícil e pesado aos judeus, apegados
ao cumprimento da lei, sem contudo saberem pô-la em prática. Esta facilidade e
acessibilidade das coisas do Reino Ele mesmo as tornou possível ao fazer-se um
de nós, assumindo a nossa fraqueza e nos ensinando pelo seu exemplo que Deus é
amor, que o amor nos remete a Deus e praticá-lo é nossa salvação. A figura do
homem que cai em mãos de assaltantes é representativa de qualquer irmão ou irmã
que necessite do nosso apoio, companhia e disponibilidade de auxílio, sobretudo
os mais pobres e sofredores, que automaticamente atraem nossa atenção quando
amamos de verdade e com o amor de Deus. Observemos que quem socorre o homem
ferido na parábola é um samaritano, depois da negligência de um sacerdote e um
levita. Samaritanos e Judeus não se davam e aqueles eram considerados por estes
como excluídos da salvação, pois consideravam-se povo escolhido pelo único
Deus. Jesus quer também, com esta parábola, que o mestre da lei entenda a
universalidade da salvação de Deus, bastando para esta a configuração a seu
Filho pela vivência da caridade. “Este mandamento que hoje te dou não é difícil
demais nem está fora do teu alcance”, nos diz a primeira leitura, do livro do
Deuteronômio. Ou seja, aquilo que o Senhor quer de nós temos possibilidade de
fazê-lo, porque ele assim capacitou-nos ao criar-nos à sua imagem e ao
entregar-nos seu próprio Filho e continuar sempre nos dando o auxílio de sua
divina graça pela força vivificadora do seu Espírito. Amemos, pois, sem reserva
nem limites e sirvamos com alegria a todos que encontrarmos em nosso caminho,
“lavando-lhes os pés”. Sejamos bons samaritanos: este é o desejo do Senhor, seu
mandamento, nosso dever e nossa salvação.
Seminarista
Weverson A. Santos
Weverson A. Santos
