Em
minha última reflexão introduzi o assunto homilia
como momento importante na celebração da Eucaristia, que acontece de costume,
logo depois de ter escutado a proclamação da Palavra do Antigo e Novo
Testamento.
Muito
foi escrito sobre o assunto nos últimos anos. Gostaria recordar o que o papa
Bento XVI escreveu em sua Exortação apostólica Verbum Domini, sobre a Palavra
de Deus na vida e na missão da Igreja. Ao n. 59 evidencia a importância da homilia que “constitui
uma atualização da mensagem da Sagrada Escritura, de tal modo que os fiéis
sejam levados a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus no momento
atual da sua vida”.
O
papa pede àqueles que “por ministério específico estão incumbidos da pregação
tenham verdadeiramente a peito esta tarefa”. O que é o mais importante para uma
boa pregação? Respondia o santo padre: que o pregador tenha a peito “mostrar
Jesus”, que “deve estar no centro de cada homilia”. O documento acrescenta
algumas urgências para os pregadores: “que tenham familiaridade e contato
assíduo com o texto sagrado; que se preparem para a homilia na meditação e na
oração, a fim de pregarem com convicção e paixão”; ainda, o pregador deve
deixar-se ‘interpelar primeiro pela Palavra que anuncia’, porque – como diz
Santo Agostinho - ‘seguramente fica sem fruto aquele que prega exteriormente a
Palavra de Deus sem a escutar no seu íntimo’”.
O
nosso assunto é tratado, também, num Subsídio da Comissão episcopal pastoral
para a doutrina da fé da CNBB de 2010. Entre as bonitas e concretas reflexões,
no que se refere à homilia, se diz que “ocupa papel de primordial importância
na tarefa do anúncio da Palavra feita pelo sacerdote. Ela é um dos elementos
mais antigos da liturgia da Palavra, herança da sinagoga” (77).
Pretendo
destacar dois aspectos. “A coerência entre a pregação e a vida pessoal” do
pregador, porque “os fiéis são sensíveis ao testemunho pessoal e buscam
coerência entre a fé e a vida por parte do pregador”. Lembra-se o texto, muito
forte, do papa Paulo VI (em Evangelii Nuntiandi,
41):”O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas que os
mestres, ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”.
Para
isso, se aponta a necessidade de uma preparação remota (o estudo da teologia, o conhecimento da doutrina cristã), e
uma preparação próxima. Destaca-se,
ainda, a exigência de uma “linguagem correta e elegante a fim de ser ouvida com
atenção e gosto pelos fiéis”. “Por isso, é preciso dar atenção ao vocabulário
empregado, à boa pronúncia das palavras, a uma aparelhagem de som adequada e,
enfim, ao próprio ambiente da celebração”.
Dom
Armando