OS RITOS DE COMUNHÃO

Hoje vamos refletir a respeito dos ritos de Comunhão. Terminado o canto ou a aclamação do Cordeiro de Deus, que acompanha a fração do pão, o Presidente da celebração, reza em silêncio uma oração para receber frutuosamente o Corpo e o Sangue de Cristo; os fiéis também rezam em silêncio.
A seguir - escreve a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) - “o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e convida-os ao banquete de Cristo; e, unindo-se aos fiéis faz um ato de humildade, usando as palavras prescritas do Evangelho”.
A IGMR (n. 85) recomenda ainda “que os fiéis, como também o próprio sacerdote deve fazer, recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação no sacrifício celebrado atualmente”.
O rito da comunhão se realizada numa procissão. Todos os que vão receber o Corpo do Senhor formam uma procissão. É gesto muito significativo do peregrinar terreno rumo à casa do Pai, sustentados pelo Pão que é o Corpo de Cristo, que conosco caminha pelas estradas da vida. A unidade eclesial, assim, se manifesta e reforça. Jesus ressuscitado nos acompanha mediante o mesmo divino Espírito que transformou o pão e o vinho em Corpo e Sangue do Senhor.
Vale a pena refletir a respeito da unidade eclesial, algo sempre difícil e desafiador, como, desde o início, relevava são Paulo escrevendo aos cristãos de Corinto. Na vida eclesial que nos une é a presença do Senhor Jesus e a força do Espírito. O santo bispo Inácio de Antioquia, no início do II século, escrevia aos cristãos de Filadélfia: “Procurem ter uma única eucaristia. Uma é, de fato, a carne do Senhor nosso Jesus Cristo e um só é o cálice em vista da união no seu sangue; um é o altar, como um é o bispo, junto com o presbitério e os diáconos”.
Quem preside diz: “Felizes os convidados para a ceia do Senhor”, ou outra fórmula de convite. E a Assembleia: “Senhor eu não sou digno”. Mais um ato de reconhecimento da própria indignidade no momento de receber o Senhor, e, ao mesmo tempo, uma expressão de confiança n’Ele que se dignou ‘assumir nossa condição humana’ vindo morar em nosso chão e morrer por nós.
A Assembleia acompanha este momento com o canto de comunhão. Não qualquer canto, mas, como bem orienta a IGMR (n. 86) um canto “que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça mais a índole ‘comunitária’ da procissão para receber a Eucaristia. O canto prolonga-se enquanto se ministra a Comunhão aos fiéis”. Então, não qualquer canto é adapto para acompanhar a comunhão. Aconselha-se de retomar a ‘antífona do Gradual romano’ que faz referência ao texto do evangelho. O Hinário Litúrgico da CNBB proporciona hoje cantos bonitos e de acordo com este critério. Aos poucos, as Comunidades já estão adquirindo esse estilo celebrativo. De qualquer modo, se escolham cantos que ajudem a viver com atitudes profundas de comunhão, a partir da salvação realizada pelo mistério pascal de Cristo, e que tenham um reflexo na vida cotidiana.
“Terminada a comunhão – recomenda ainda IGMR (n. 88) – o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio. Se desejar, toda a assembleia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino”. Procure-se, em todas as celebrações, compreender e viver o sentido e o valor desse tempo de silenciosa oração pessoal.
Dom Armando