É interessante como
na história da Filosofia os conceitos acerca do conhecimento são retomados,
refeitos, aperfeiçoados e negados, partindo sempre de questões parecidas ou
mesmo idênticas. Locke parte de Bacon, para analisar os elementos que se pode
conhecer, como aperfeiçoar as capacidades humanas intelectuais e a utilização
destas para uma ciência mais importante.
Locke afirma a
experiência e os sentidos como princípios indispensáveis para obtenção do
conhecimento. Nem a mente pode conhecer nada por si mesma sem a influência de
uma realidade externa que seja percebida pelo ente ou ainda ela detenha algum
conhecimento inerente originário da própria existência da mente e comum a
todos. Muito importantes foram
estes conceitos para a ciência experimental bem como para a epistemologia e a
fenomenologia, mas Locke se esquece que a natural ação ou reação humana diante
do desafio, do novo, ainda que influenciadas pelos experimentos anteriores,
estão fundadas no ideal de perfeição que não parte da limitação das coisas
externas, mas da insatisfação intrínseca ao homo sapiens. E mais, ao continuar
traduzindo a realidade dada nas configurações da mente, por meio de códigos
indiscutivelmente inexistentes na realidade externa como a palavra e o número,
o homem descobre que é capaz de criar e não apenas relacionar e analisar o que
é dado. Esta é a verdadeira reflexão capaz de conduzir ao conhecimento.
Deste modo as ideias
de substância modo e relações configuram a noção de reflexão e desta parte a
experiência quando a intuição não é mais possível. A partir disto, apesar Locke
de se fundamentar na experiência, vê-se que esta tem um começo e um fim não dá
resposta a tudo nem é necessária em tudo. O que não se pode negar é a relação
do homem com a realidade externa, com sua espécie e consigo mesmo para a obtenção
do conhecimento.
Adriano Bonfim Pereira
1º ano de Teologia