Para
tecermos uma relação entre a náusea, a guerra e o existencialismo em Sartre,
podemos começar analisando seu caráter existencialista. O objetivo desse
existencialismo é pôr o homem em domínio de si mesmo, do que ele é,
atribuindo-lhe a total responsabilidade de sua existência. O homem é
responsável por si, visto que sua existência precede a essência, ele constitui
o seu ser no mundo, ou seja, ele se torna aquilo que deseja ser, não está preso
a uma ordem que o determina, ao contrário possuindo liberdade, e tal liberdade
é condição fundamental para que sua existência preceda sua essência, pois sendo
livre o homem não é como os outros seres que tem uma predeterminação.
Sendo
livre o homem também é responsável por seus atos, e esta responsabilidade causa
a angústia, que é gerada ao perceber que não se escolhe apenas ser o que deseja
ser, más também que é responsável por todos que o rodeiam, visto que suas
escolhas influenciam o outro. Quando se chega a esta profunda consciência
de sua existência, desta presença que se é para o mundo e para o outro, o ser
humana não pode ver-se livre dela, pois não pode fugir de forma alguma de sua
existencial, então, encontra-se ai o estado da náusea, que para muitos é
expressa na própria obra “A náusea” por esse desejo de fugir da existência, da
melancolia.
Sabendo
que Sartre viveu nos período da Primeira e Segunda Guerra Mundial e que no
período entre uma guerra e outra se afirma e desenvolve de forma especial o
existencialismo, podemos encontrar neste contexto a intrínseca relação entre
esses temas, pois é durante a guerra que a população europeia conscientiza-se
de sua situação, ao mesmo tempo em que a população experimenta a perda da
liberdade pelos regimes, percebe também as consequências da liberdade humanas
provocadas pela guerra, pois o próprio Sartre afirma que a humanidade nunca foi
tão livre como neste período. O mundo encontra-se em crise, e recebe a
filosofia da existência como princípio, dando-se conta de tal existência, da
qual não se pode sair acha-se ai a náusea, que na própria obra de Sartre A
Náusea o personagem principal do livro vivencia contestando sobre a existência
e sua falta de sentido, desprovida de essência, ou seja, ele vê a existência
como gratuita e ilógica.
Max
Sabrino
2º Filosofia