Um dos problemas que mais inquieta o homem é a
questão sobre o mal, pois vai exatamente contar aquilo que o homem deseja: a
felicidade. Todos nós buscamos a felicidade então por que existe o mal? Santo
Agostinho se intriga com essa pergunta, Ele que era inicialmente um
maniqueísta, a qual sua crença central afirmava dois princípios fundamentais
que comandam universo o bem e o mal. Ele após ter se convertido passa a
combater o maniqueísmo defendendo uma posição acerca da natureza do bem e do
mal tendo inspiração claramente platônica.
Santo Agostinho constada que o mal não é um ser, não
tem caráter ontológico, não existe, ele caracteriza apenas como carência,
imperfeição, ausência do bem. Portanto, é impossível que o mal tenha se originado
de Deus, pois Deus é aquele que dá o ser as coisas. Ele percebeu que tudo as
coisas eram boas e não há nenhuma substância que Ele não tenha criado.
“Vi claramente que todas as coisas que se corrompem
são boas: não se poderiam corromper se fossem sumamente boas, nem se poderiam
corromper se não fossem boas. Com efeito, se fossem absolutamente boas, seriam
incorrutíveis, e se não tivessem nenhum bem, nada haveria nelas que se
corrompesse”. (Agostinho; 2004, p. 187).
Santo Agostinho tem uma grade indagação a respeito
de Deus, é saber o que Deus é. Contudo, ele não pretende por grande
demonstração, provar a necessidade de Deus existir, basta chamar a atenção dos
homens para o fato, bastante evidente, da Sua existência. Ele fala em sua obra
que nunca pensaria que a razão fundamentasse a existência de Deus e que o
raciocínio que garante que Deus deve existir.
Para conhecermos a Deus como um ser que está além de
nós, e que chega a até a ultrapassar alguns conceitos ou limites filosóficos, é
necessário que ele passe pelo nosso interior, pela nossa alma, a parte mais
digna do homem como ser criado à imagem de Deus.
“Que eu amo, quando vos amo? Não amo a formosura
corporal, nem a glória temporal, nem a claridade da luz, tão amiga destes meus
olhos, nem as doces melodias das canções de todo gênero, nem o suave cheiro das
flores, dos perfumes ou dos aromas, nem o maná ou o mel, nem os membros tão
flexíveis aos abraços da carne. Nada disso amo, quando amo o meu Deus. E,
contudo, amo uma luz, uma voz, perfume e abraço do homem interior, onde brilha
para minha alma uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o
vento não arrebata, onde se exala um perfume que o vento não esparge, onde se
saboreia uma comida que sofreguidão não diminui, onde se sente um contado que a
sociedade não desfaz. Eis o que amo, quando amo o meu Deus”. (Agostinho; 2004,
p. 264).
Por fim, Agostinho diz quem nem todos desejam ser felizes, porque não buscam aquela
felicidade que provem do próprio Deus que é a única felicidade. Aquele, porém
que busca viver na alegria, busca viver na verdade, pois a felicidade provém da
verdade. E encontrar esta verdade é encontrar o próprio Deus que é verdade. Deus
foi à luz de sua existência que conduziu a reconhecer as mentiras em que estava
envolvido e assim poder ver a verdade.
Pablo Dourado
2º Filosofia