O período
medieval é marcado pela centralidade divina. Deus ocupa o centro de toda a
criação e, assim, todas as coisas convergem para ele. O Renascimento surge
ressaltando a importância do homem como continuador da criação divina que,
sendo imagem e semelhança do criador, tem ele, também, o papel de criar. Nesse
contexto, ressurge o gosto pela estética.
No Renascimento,
a arte toma dimensões inéditas. Todo o potencial humano, que parecia estar
adormecido no período medieval, desponta como aurora de uma nova era, repleta
de novidades e adornada pela criatividade humana. Um dos primeiros traços da
cultura renascentista é o seu rompimento com a hierarquia medieval. Não há mais
o afastamento entre Deus e homem. A criatura assemelha-se ao seu criador,
orgulha-se de suas potências e passa a ser “a medida de todas as coisas”.
No período
medieval, Santo Agostinho aponta certa precaução perante as obras de arte, uma
vez que estas poderiam distrair os sentidos e afastar a alma de seu criador. Mas,no
Renascimento, essa concepção perde sentido. Os renascentistas primam pela
diversidade de tendências, livre de toda a prepotência medieval, na qual se
revelam os diferentes pontos de vista. Perde-se a necessidade de uma
abstinência perante a arte.Os renascentistas preocupam-se com os prazeres
sensíveis, dando grande importância à vida terrena.
Assim, a arte
renascentista, apesar de remeter aos ideais greco-romanos, não se prende aos
laços da Antiguidade, é uma arte nova. Liberta da autoridade
religiosa, a arte volta-se para o homem, livre das consequências do pecado,
sem, entretanto, perder o gosto por temas religiosos. Sendo o homem desprendido para gozar dos
frutos de sua existência, a arte torna-se expressão primacial de sua liberdade.
Júlio
César
1º
Teologia