“Eu quero a vida de meu povo”
(Ester, 5,3)
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB saúda com
alegria e gratidão todas as mulheres, por ocasião das comemorações do Dia
Internacional da Mulher. Apraz-nos, neste dia, afirmar com o Papa Francisco que
“a Igreja reconhece a indispensável contribuição da mulher na sociedade, com
uma sensibilidade, uma intuição e certas capacidades peculiares, que
habitualmente são mais próprias das mulheres que dos homens” (EG 103).
A atuação transformadora das mulheres na Sociedade e na
Igreja é responsável pela construção de relações mais humanas e humanizadoras,
buscando o fim da discriminação e da desigualdade, especialmente na relação
mulher-homem. Recorda-nos o Papa Francisco que esta relação “deveria reconhecer
que ambos são necessários, porque possuem uma natureza idêntica, mas com
modalidades próprias. Uma é necessária à outra, e vice-versa, para que se
cumpra verdadeiramente a plenitude da pessoa” (Discurso ao Pontifício Conselho
para a Cultura).
Entristece-nos, no entanto, o
cenário de invisibilidade em que se encontra a maioria das mulheres, bem como o
impedimento de sua presença em importantes espaços de decisões. Some-se a isso
o desafio da pobreza, da exploração do trabalho e tráfico humano, das violações
das culturas e suas crenças, que evidencia as graves violações dos direitos das
mulheres. Renova nossa esperança a iniciativa do Poder Judiciário que propôs a
“Semana da Justiça pela Paz em Casa”, sugerindo ações, em todo o Brasil,
voltadas para a paz nos lares e o fim da violência contra as mulheres. O
compromisso com a manutenção de um sadio ambiente familiar é também do homem,
pois é dentro da comunhão - comunidade conjugal e familiar - que o
homem é chamado a viver o seu dom e dever de esposo e pai(FC, 25).
Os avanços e conquistas das mulheres, garantidos por lei
e/ou por políticas públicas, não escondem as deficiências de muitas ações
voltadas ao cumprimento e efetivação dos direitos da mulher. A todos, também à
Igreja, cabe o dever de assumir a luta das mulheres negras, pescadoras,
domésticas, ciganas, catadoras, camponesas, quilombolas, operárias,
marisqueiras, prostituídas, ribeirinhas, encarceradas, indígenas, migrantes,
donas de casa e de tantas outras que vivem a dolorosa experiência da
invisibilidade social.
Este contexto é um apelo a que todos,
especialmente os cristãos e cristãs, vençam a tentação da indiferença e se unam
na luta em favor da justiça e da equidade, protagonizada pelas mulheres do
Brasil. Inspire-nos, nesse propósito, o lema Campanha da Fraternidade 2015 – Eu vim para servir – que
nos estimula a construir a fraternidade e a igualdade, no amor e no serviço.
Ao saudá-las, neste dia, renovamos nosso reconhecimento a
cada uma das mulheres, por sua insubstituível presença e participação nas
comunidades eclesiais espalhadas por todo o Brasil e por seu protagonismo na
construção de uma nova sociedade, e rogamos a Deus fortalecê-las na luta de
cada dia e abençoá-las em todos os seus caminhos.
Maria, Mãe do Filho de Deus, modelo de mulher, esposa e
trabalhadora, proteja as mulheres de nosso país.
Brasília, 08 de março de 2015
Dom
Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB
Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB
Dom
José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luis do Maranhão – MA
Vice Presidente da CNBB
Arcebispo de São Luis do Maranhão – MA
Vice Presidente da CNBB
Dom
Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
FONTE: www.cnbb.org.br