VII DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A

Leituras:
    Lv 19,1-2.17-18
    Salmo 102(103)
    1Cor 3,16-23
    Mt 5,38-48

O nosso Bom Mestre e Senhor nos apresenta mais um estreito caminho de santidade e humanização no santo evangelho deste sétimo domingo do tempo comum. Esse domingo é o último dessa primeira parte do tempo comum. Já na próxima quarta-feira, daremos início ao tempo da Quaresma, com a celebração e imposição das cinzas.

O convite da primeira leitura e o final do santo evangelho: “Sede Santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” e “sede Perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito!” dão o significado dessa celebração e da vida do cristão. Somos todos chamados a sermos, verdadeiramente, a “Imagem e Semelhança do Deus Criador”. Este é, certamente, o ponto alto da fé cristã: sermos imitadores de Cristo, transformar nossa vida, tantas vezes, imersa no pecado e no mundanismo, na vida divina. Quando cada pessoa decide seguir, amorosa e incondicionalmente, a Cristo Jesus, ela entra, naturalmente, em uma lógica que a sabedoria deste mundo não consegue compreender. O caminho do Cristo se dá aos olhos humanos, mas, na maioria das vezes, não o enxergamos. Porém, se prestarmos mais um pouco de atenção, se tivermos coragem, de olhar no mais profundo da humanidade, vamos perceber que a proposta de Jesus, não está na contramão da história. É o próprio ser humano que tantas vezes escolhe caminhar contrário a Deus, verso a Deus. A proposta de Jesus em revogar as máximas dadas aos antigos, nos conduz ao sentido primitivo da lei divina, o amor. Somente vivenciando o amor do Deus Trindade é que nos desapegaremos do “pode ou não pode”, dando assim um passo muito mais desafiador no ser cristão.

A chamada de Jesus vai muito mais além do que um simples cumprir preceitos, ou decorar normas. Ele nos chama a uma religião que se traduza no concreto da vida, no dia-a-dia de toda pessoa. Quando Ele nos diz: "Não enfrenteis... oferece-lhe também a esquerda!... dá-lhe também o manto!... caminha dois com ele!...Amai vossos inimigos..." está nos ensinando a não sermos cristãos de tabelinhas, que segue supostas tradições ao pé da letra, que cumpre preceitos sem os envolver na própria vida. 

A fé cristã, é viva! É a fé do amor! Não pode jamais ser resumida a uma visita a igreja aos domingos. Seguir Jesus Cristo e amá-Lo, pede muito mais a nós. E, por amor, vamos assumindo está dinâmica da verdadeira perfeição. Ser perfeito não é viver sem erros ou cumprir, fielmente, todos os ritos a partir das sagradas rubricas. Ser perfeito é ter a vida Divina como nosso ideal. Querer está sempre mais na companhia do Altíssimo para sermos por Ele moldado, na graça e na perfeição. Devemos todos os dias pedi a Deus esta graça de sermos perfeitos como Ele é! É Ele que “faz o sol nascer sobre os maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos.” Nos dará este presente.

Pe. Gonçalo Aranha dos Santos