A presidência da CNBB concedeu entrevista coletiva à imprensa, nesta quarta-feira, 27, e apresentou os resultados das reflexões realizadas na reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), ocorrida na sede da Conferência, em Brasília.
O arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, trouxe um panorama das principais atividades desenvolvidas pela Igreja no Brasil em
 2013 e que foram avaliadas pelo Consep, que reúne, além da Presidência da Conferência, os presidentes das Comissões Episcopais.
Durante a coletiva, o arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da Conferência, dom José Belisário, leu a nota da CNBB divulgada pelo Consep sobre os Povos Indígenas e Agricultores. No texto os bispos alertam que “o momento é crítico e exige urgente e efetiva ação por parte do governo brasileiro em defesa da vida, da justiça e da paz entre indígenas e agricultores no país"
O cardeal Damasceno afirmou que o Conselho Episcopal Pastoral se une “à angústia dos povos indígenas e agricultores diante da inércia do governo federal e dos respectivos governos estaduais em solucionar verdadeira e definitivamente os crescentes conflitos fundiários”.
Pronunciamentos
Outro assunto tratado pelos bispos foi a primeira Exortação Apostólica do papa Francisco, Evangelii gaudium – Alegria do Evangelho, apresentada pelo Vaticano, na terça-feira, 26. Sobre a exortação, dom Damasceno destacou que o papa quer exercer um governo de maneira colegial e em comunhão com os cardeais, bispos, padres, religiosos e com todos aqueles que servem à Igreja.
Campanha da Fraternidade
Na oportunidade, o secretário geral, dom Leonardo Steiner, adiantou que a CNBB já está refletindo sobre como irá atuar durante os grandes eventos esportivos no Brasil como a Copa do Mundo e as Olímpiadas. Entre as preocupações estão o tráfico de pessoas e a exploração sexual, temas que serão abordados pela Campanha da Fraternidade 2014.
De acordo com dom Leonardo, a Conferência dos Bispos irá publicar, em fevereiro do próximo ano, um texto de reflexão sobre o tráfico humano. “Essa é uma preocupação de toda a Igreja para que o esporte seja vivido na sua essência.  Queremos colaborar sugerindo algumas medidas pastorais para que as pessoas não sejam utilizadas sexualmente ou economicamente”, explicou.
Concluindo, o presidente da CNBB, dom Damasceno, disse que os bispos desejam contribuir na elaboração de medidas para evitar o tráfico de pessoas, como a venda e comercialização de órgãos e prostituição. “É uma chaga terrível em nossa sociedade”, enfatizou o cardeal.