ORAÇÃO EUCARÍSTICA - VII

         
     Continuamos nossa reflexão sobre a Oração Eucarística, coração da mesma celebração.
     Hoje quero concluir o assunto – também se o que escrevi foi só uma breve introdução – e dar algumas orientações práticas, seguindo, em parte, o que se lê no Guia litúrgico-pastoral da CNBB.
     A grande Oração Eucarística – chamada também de anáfora (literalmente significa ‘aquilo que se lança sobre’) – começa com o diálogo: “O Senhor esteja convosco” e termina com o grande Amém que a Assembleia proclama (melhor ‘canta’) quando quem preside apresenta ao Pai o pão e o vinho consagrados.
     Os fieis participam da Oração em silêncio, unindo-se espiritualmente na oração do sacerdote, e intervém com as aclamações, sobretudo com a aclamação memorial: Anunciamos, Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus!
   A Constituição conciliar Sacrosanctum Concilium (n. 48) escreve: Os fieis aprendam também a “oferecer-se a si próprios ao oferecer juntamente com o sacerdote, e não só pelas mãos dele, a hóstia imaculada; que, dia após dia, por Cristo mediador, progridam na unidade com Deus e entre si para que, finalmente, Deus seja tudo em todos”.
     A aclamação após a consagração é oportuno, “ao menos aos domingos e nos dias festivos’ que seja cantada. Recomenda-se que nunca seja “substituída por cantos e expressões devocionais” (Bendito, louvado seja”, “Deus está aqui”, Graças e louvores se deem).
     Quem preside deve proclamar esta grande oração em tom espontâneo, sem exageros, expressando sua fé profunda no mistério que a Igreja lhe confiou. Também o ritmo não deve ser apressado demais, quase recitando fórmulas mágicas aprendidas de cor. Um tom sóbrio e solene, intenso e espontâneo deve caracterizar este momento litúrgico. Insisto para que nenhuma tonalidade de voz sofisticada e intimista acompanhe (ou estrague) esta oração; o que acontece é mistério, isto é, momento forte de encontro, na fé, com o Senhor que renova sua doação ao Pai para que nós também, unidos a Ele, aprendamos a nos doar num sincero ato de amor.
     Recomenda-se que “nem pelo tom nem de qualquer outra maneira, se isole a narrativa da última ceia do resto da oração eucarística, come se fosse uma peça à parte”. Ainda – acrescenta o nosso Guia - “não convém se deter na apresentação do pão e do cálice (impropriamente chamada de elevação), já que a Oração Eucarística é ação de graças dirigida em adoração ao Pai”.
     Outra observação: “A narração da instituição da eucaristia não é uma imitação da última ceia, por isso, não se parte o pão neste momento. O partir o pão, como Jesus fez, corresponde à fração do pão em vista da comunhão”.
     A Assembleia participa com o Amém que encerra a Oração Eucarística. Trata-se – continua o Guia - da “confirmação solene do povo à prece que o ministro ordenado, em nome da Igreja inteira, elevou a Deus”. “Pelo menos aos domingos e dias festivos, ela merece ser cantada”.
Dom Armando