Continuamos
nossa reflexão sobre a Oração
Eucarística, coração da mesma celebração.
Hoje
quero concluir o assunto – também se o que escrevi foi só uma breve introdução
– e dar algumas orientações práticas, seguindo, em parte, o que se lê no
Guia litúrgico-pastoral da CNBB.
A
grande Oração Eucarística – chamada também de anáfora (literalmente significa ‘aquilo que se lança sobre’) –
começa com o diálogo: “O Senhor esteja convosco” e termina com o grande Amém
que a Assembleia proclama (melhor ‘canta’) quando quem preside apresenta ao Pai
o pão e o vinho consagrados.
Os
fieis participam da Oração em silêncio, unindo-se espiritualmente na oração do
sacerdote, e intervém com as aclamações,
sobretudo com a aclamação memorial: Anunciamos,
Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus!
A
Constituição conciliar Sacrosanctum
Concilium (n. 48) escreve: Os fieis aprendam também a “oferecer-se a si
próprios ao oferecer juntamente com o sacerdote, e não só pelas mãos dele, a hóstia
imaculada; que, dia após dia, por Cristo mediador, progridam na unidade com
Deus e entre si para que, finalmente, Deus seja tudo em todos”.
A
aclamação após a consagração é oportuno, “ao menos aos domingos e nos dias
festivos’ que seja cantada. Recomenda-se que nunca seja “substituída por cantos
e expressões devocionais” (Bendito, louvado seja”, “Deus está aqui”, Graças e
louvores se deem).
Quem
preside deve proclamar esta grande oração em tom espontâneo, sem exageros,
expressando sua fé profunda no mistério que a Igreja lhe confiou. Também o
ritmo não deve ser apressado demais, quase recitando fórmulas mágicas aprendidas
de cor. Um tom sóbrio e solene, intenso e espontâneo deve caracterizar este
momento litúrgico. Insisto para que nenhuma tonalidade de voz sofisticada e
intimista acompanhe (ou estrague) esta oração; o que acontece é mistério, isto é, momento forte de
encontro, na fé, com o Senhor que renova sua doação ao Pai para que nós também,
unidos a Ele, aprendamos a nos doar num sincero ato de amor.
Recomenda-se que “nem pelo
tom nem de qualquer outra maneira, se isole a narrativa da última ceia do resto
da oração eucarística, come se fosse uma peça à parte”. Ainda – acrescenta o
nosso Guia - “não convém se deter na
apresentação do pão e do cálice (impropriamente chamada de elevação), já que a
Oração Eucarística é ação de graças dirigida em adoração ao Pai”.
Outra
observação:
“A narração da instituição da eucaristia não é uma imitação da última ceia, por
isso, não se parte o pão neste momento. O partir o pão, como Jesus fez,
corresponde à fração do pão em vista da comunhão”.
A
Assembleia participa com o Amém que
encerra a Oração Eucarística. Trata-se – continua o Guia - da “confirmação solene do povo à prece que o ministro
ordenado, em nome da Igreja inteira, elevou a Deus”. “Pelo menos aos domingos e
dias festivos, ela merece ser cantada”.
Dom
Armando