A modernidade, por si mesma, é uma época de contradição, pois a atividade
do pensamento expande-se e com ela muitas ideias novas, ou reformuladas. A
Educação, como parte do contexto, também sofre o fenômeno de servir a liberdade ou ao domínio, e com isso, divide-se em dois objetivos.
O primeiro, de moldes mais tradicionais, é o domínio da pessoa para sua
adequação a vivência no estado: portanto, “construção” do Cidadão que sabe
respeitar os códigos estabelecidos, mantendo-se e ao próprio poder (governo)
estabelecido.
Já o segundo, é uma máxima do Humanismo, que traz ao centro o próprio Sujeito
(humano), assim, a educação tenciona formar um ser livre, que aja com
criticidade e não se conforme as circunstâncias que lhe são impostas, sem ao
menos analisá-las.
Com isso é possível perceber um embate: ora, ou se padroniza o ser,
ignorando a sua subjetividade em prol da conservação do Estado, como quer Hegel:
“O indivíduo deve alienar-se da sua
naturalidade, ou seja, do seu si-natural, em prol de uma sociedade, ou seja, do
si-social.”.
ou se emancipa o sujeito, dando-lhe
possibilidades de desenvolver-se conforme os seus paradigmas, ideia mais aceita
por Montaigne:
“[a educação visa] formar o “homem capaz”,
aquele que sabe deliberar
bem sobre as questões práticas da vida”.2
Por conseguinte, a modernidade, não diferente de outros períodos,
enfrenta a problemática da Contradição.
Neste caso, na Educação, porque a Estrutura de organização do Estado, gerente
da educação, por vezes, exige a supressão de características inerente ao Homem,
que, a partir daqui (eis uma “novidade”!) impõe-se, pelo crivo da razão, que
impossibilita o apego cego às estruturas e suas normas.
REFERÊNCIA
[2] THEOBALDO
, Maria Cristina, “Sobre o “Da educação
das Crianças”: a nova maneira de Montaigne”. Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas. USP, 2008.
Kleber Chaves
1º ano Filosofia