A felicidade é o amor

O homem ao longo dos séculos almeja alcançar a felicidade plena, para sanar essa busca, inúmeras são as receitas, e incontáveis também são as explicações para muitas atitudes tidas como irracional. E, diante desse incessante desejo de ser feliz, surgem questionamentos que nos remetem ao real sentido da felicidade. O que é essencial à minha felicidade? Sou uma pessoa feliz? Qual a diferença entre felicidade e desejo? Ante essas interrogações, procuraremos em poucas linhas, tratar de um assunto tão amplo e merecedor de grande discursão.
Desde os filósofos da Era Clássica, o tema felicidade já vem sendo abordado, para Aristóteles, por exemplo, a eudaimonia tem caráter essencial na vida do cidadão da polis, esse sentimento, caracteriza-se por uma atividade espiritual através da busca incessante da verdade. Cada pessoa em seu meio, exercendo sua função, tinha o direito de gozar desse bem.
A proposta cristã aponta uma vertente nova para a felicidade, a compaixão é tida como a maneira mais autêntica de alcançar a alegria eterna. Diante dessa proposta, que chocou a sociedade da época, visto que, tinha-se a troca de recompensas e favores como normais, o convite a um amor gratuito marca a religião da caridade. Os pensadores cristãos do período medieval propõe a busca da felicidade no mistério trinitário de Deus, com isso, o caminho da felicidade é trilhado conjuntamente com a verdade suprema, que é o transcendente.
Passado o auge da escolástica, o olhar do homem, que busca a tão almejada felicidade, volta-se para a ciência e o empirismo, o caráter transcendental, dá lugar ao homem e seus anseios, nesse período surgem as grandes descobertas científicas.
Na contemporaneidade, marcada pelo imediatismo e pela rotatividade cada vez mais acelerada das coisas, o homem contemporâneo corre o risco de colocar seus anseios em coisas fugazes, e fazer de suas relações interpessoais um mero utilitarismo, tornando assim, apenas momentos felizes, aquilo que era pra ser a plena satisfação. Diante de tal problemática, o correto é que se busque uma felicidade pautada no verdadeiro e autêntico amor, no companheirismo e, sobretudo na sinceridade de relacionamentos mais sólidos e duradouros.
Portanto, um dos caminhos mais seguros para se alcançar a felicidade é o amor, com o passar dos tempos, mudou quem se ama, a verdade, Deus, o próprio homem, e o outro, porém, o sentimento não mudou. São Paulo falou à comunidade de corinto que a caridade é eterna, nos apeguemos então a tão perene graça, para que ela seja a meta de nosso puro eudemonismo.



 Pablo Barbosa
1º Filosofia