Depois
de uma longa introdução em que apresentei alguns elementos da complexa história
do matrimônio em algumas culturas e épocas, vamos ver a celebração litúrgica
assim como hoje é proposta pela nossa Igreja católica.
Abrindo
o Ritual do Matrimônio, logo encontramos uma Introdução Geral que trata da importância
e dignidade do Matrimônio, dos diversos Ofícios
e ministérios, da celebração
mesma, de como, onde e quando acontece, enfim, das adaptações sob a responsabilidade das Conferências episcopais. São 11 páginas muito densas e importantes
para compreender o sentido que a Igreja dá a esse Sacramento e as motivações de
sua celebração.
Quem
preside a celebração, como os que orientam os casais para a mesma, devem
conhecer a visão teológica, litúrgica e pastoral do Sacramento. Teremos a
oportunidade de retomarmos essas
reflexões. Desde o início, afirma-se que “O Matrimônio é constituído pelo pacto
conjugal, ou seja, o consentimento mútuo e irrevogável, mediante o qual os cônjuges
se doam e recebem mutuamente” (n. 2).
Como
para todos os sacramentos, na celebração temos os ritos iniciais, a liturgia da
Palavra, o Rito sacramental do
Matrimônio e, se a celebração acontecer com Missa, segue e Liturgia eucarística; se for sem Missa,
depois das preces dos fiéis, reza-se o Pai-nosso e quem preside dá a bênção nupcial e conclui com os ritos finais.
A
celebração começa com a acolhida dos
noivos. O ritual propõe dois modos. Quem preside, pode acolher os noivos à
porta da igreja e fazer com eles a procissão de entrada, ou esperá-los, junto
ao altar e, quando eles chegarem, acolhê-los e saudá-los cordialmente,
‘mostrando que a Igreja participa da sua alegria’. Em seguida, entoa-se o canto
de entrada. Segue o sinal da cruz e a saudação, como de costume. Quem preside,
faz uma apropriada saudação, ‘dirigindo-se aos noivos e a todos os presentes’.
Essas palavras devem dar o tom da celebração e favorecer o clima orante. Vimos
que nem sempre os que participam desse momento têm a compreensão e as disposições
adequadas; por isso, é preciso criar um clima que favoreça em todos a vivência
serena e intensa dos conteúdos humanos e espirituais da celebração mesma.
Omite-se
o Ato penitencial. Quando é permitido, usa-se a Missa do Casamento com as
leituras próprias. Se for domingo e a Missa for participada pela comunidade
paroquial, diz-se a Missa do dia.
Os
ritos iniciais se concluem com uma oração. O Ritual propõe a escolha entre bem
seis fórmulas. Cada uma destaca alguns
dos elementos mais significativos do Matrimônio. Pede-se a Deus que o casal
‘realize em sua vida este grande sacramento’, isto é, ‘o mistério do Cristo e
da Igreja’; que o casal ‘cresça na caridade’ e viva como ‘um sinal do amor do
Senhor’; ou que os dois – que sempre são chamados pelo nome – ‘progridam na fé
que professam e enriqueçam de filhos a Igreja’, ou ‘que vivam unidos em santa
aliança, num só coração, numa só alma, numa só santidade’. Todas essas
expressões, muito fortes e significativas, merecem e exigem bastante reflexão
para entrar - os noivos, antes de tudo - na compreensão espiritual e
existencial do sentido do que se realiza diante de Deus e da Igreja com a
celebração desse sacramento.
Dom
Armando