Depois
de ter meditado sobre as leituras propostas pela celebração do Sacramento do Matrimônio,
chegamos ao Rito Sacramental.
Lembro
que, no Brasil, na edição típica de 1993, encontramos, além da tradução do
Ritual Romano, um Rito ‘adaptado’, próprio do Brasil. Nele se encontram bonitos
comentários que podem ser apropriados para cada celebração. Também, quem
preside (sacerdote ou outro ministro habilitado para isso) encontra
significativas expressões que ajudam a enriquecer espiritualmente este momento.
No
diálogo antes do consentimento,
usando o mais familiar vocês, o
sacerdote acolhe os noivos em nome da Igreja e destaca o sentido do que eles
vieram fazer e pede “que a união de vocês seja marcada por Cristo por um sinal
sagrado”. Recorda a fundamental ‘consagração’ cristã, realizada pelo Batismo, e
diz que o sacramento do Matrimônio “vai enriquecê-los para que sejam fiéis um
ao outro, no seguimento de Cristo, e a todos os seus deveres”.
No
contexto de fé em Cristo e no clima eclesial, a celebração adquire seu
verdadeiro sentido. Quando os noivos forem conscientes disso, o que segue
evidencia a riqueza humana e divina de gestos e palavras que o rito propõe.
Nas
três perguntas que o Ministro faz aos noivos, resumem-se as características essenciais
do casamento cristão. Liberdade, fidelidade por toda a vida e disponibilidade a
acolher os filhos e a educá-los ‘na lei de Cristo e da Igreja’ são as notas
próprias do Sacramento. Às perguntas, já preparadas no assim chamado de ‘processo
matrimonial’, os noivos respondem ‘sim’! Três ‘sins’ muito exigentes, que
manifestam a identidade do ‘casar no
Senhor’ segundo a proposta da Igreja fundamentada na Palavra de Jesus.
O Ministro diz: “Agora convido vocês, caros noivos
(nomes) a se darem as mãos e firmarem a sagrada aliança do Matrimônio,
manifestando publicamente o seu consentimento’. O texto proposto aos noivos
para manifestar seu consentimento, em sua essencialidade, encerra uma grande
riqueza de conteúdos. O noivo diz: “Eu (nome) recebo você (nome da noiva), por
minha esposa e lhe prometo ser fiel, amar e respeitar a você, na alegria e na
tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida”. A noiva, em
seguida, repete, por sua vez, as palavras de acolhida do noivo, num amor
impregnado de fidelidade e respeito, que deve marcar todos os acontecimentos,
alegres e tristes, da vida.
O
Ministro, testemunha oficial e qualificada da Igreja, conclui pedindo que Deus
mesmo ‘confirme’ esse consentimento e derrame sua bênção. Conclui, lembrando a
palavra evangélica: “Ninguém separe o que
Deus uniu”! A assembleia, então, intervém dizendo: “Que Deus, por seu Espírito
Santo, os conserve sempre unidos no amor!”. O sacerdote pode convidar os
presentes para louvar a Deus: “Bendigamos ao Senhor!”; todos respondem: “Graças
a Deus”.
Por hoje, paremos por aqui. Os casais que um dia casaram
‘no Senhor’ renovem seu compromisso, pedindo a Deus força para serem sempre
fiéis em seu recíproco amor.
Dom
Armando