1.
A Posição
do corpo – IV
genuflexão, prostração, reverência
Estamos vendo as diferentes posições do corpo nas celebrações
litúrgicas. Depois de ter considerado o sentido do estar em pé, do estar sentado
e de joelhos, eis mais alguns
gestos que fazemos quando em oração.
a) A genuflexão. O termo vem do latim genua flectere, isto é, ‘dobrar os joelhos’. De costume, a
genuflexão consiste em dobrar o joelho direito até o chão. Os romanos usavam
dobrar o joelho como sinal de respeito diante das autoridades. Na Igreja, desde
o início, os cristãos dobravam os joelhos diante de algo que tivesse
referimento a Cristo, reconhecendo-O, desse modo, como Deus. Ajoelhar-se,
portanto, é sinal de reverência e adoração, manifesta a própria pequenez diante
da presença divina. A partir dos séculos XII – XIII, o gesto de dobrar o joelho
se tornou expressão de adoração diante da Eucaristia, tanto se for exposta como
reservada no sacrário. Usa-se, ainda, fazer a genuflexão na Sexta-feira santa
diante da cruz, para expressar atitude de amor para com Aquele que, na cruz,
morreu pela nossa salvação. No dia da Anunciação e de Natal, recitando o Credo,
sublinham-se as palavras “e encarnou pelo Espírito Santo” fazendo a genuflexão.
Quem preside a Eucaristia, genuflecte,
chegando ao altar e saindo, se no espaço do presbitério está o sacrário;
também, depois da consagração do Pão e do Vinho e antes de comungar; faz-se
genuflexão se, depois da Comunhão, se guardar a reserva eucarística, ao fechar
o sacrário.
A reforma do Concílio Ecumênico Vaticano
II reduziu as genuflexões na celebração da Missa; porém, não deve diminuir o
seu sentido: reconhecer a divindade do Senhor e, com esse gesto simples e
sincero, sua presença e sua divindade.
b) Outro gesto, de grande
expressividade, é a prostração. A
palavra vem do latim pro-sternere, isto
é, ‘estender diante’. Usa-se esse gesto na Sexta-feira santa quando o
sacerdote, chegando ao altar, prostra-se no solo, em silêncio, enquanto a
Comunidade se ajoelha. Nas ordenações de diácono, presbítero e bispo, como também
na bênção do abade e da abadessa e na profissão religiosa, os candidatos se
prostram, enquanto a Comunidade canta as ladainhas dos Santos.
Esse gesto da prostração é sinal muito
expressivo de humilde entrega ao Senhor e de súplica com a totalidade do
próprio ser. Encontra-se o gesto da prostração, várias vezes, na Bíblia; por
exemplo, quando Abraão “se prostrou com o rosto por terra e Deus lhe falou...
“(Gn 17,3); os irmãos de José “prostraram-se diante dele com o rosto por terra”
(Gn 42,6; cf. 43, 26-28; 44,14), para pedir perdão e reconhecer sua autoridade;
Moisés “curvou-se imediatamente até o chão e prostrou-se em adoração” diante do
Deus da Aliança (cf. Ex 34,8); também, prostravam diante de Jesus os que
queriam manifestar-lhe sentimentos de adoração (cf. Mt 14,33; 28, 9).
c) Enfim, outro gesto, mais simples, mas
sempre com o sentido de veneração, respeito, humildade e fé, é a reverência, isto é, o inclinar a cabeça
ou o corpo quando se nomeiam o nome de Jesus, da Virgem Maria, dos santos em
seus dias de festa e, por extensão, diante da cruz e dos lugares sagrados, ou
na incensação; também, faz-se a reverência no tratamento formal das pessoas
ordenadas, em especial dos bispos.
O Catecismo da Igreja Católica (1146)
recorda que “como ser social, o homem precisa de sinais e símbolos para
comunicar-se com os outros, através da linguagem, dos gestos, de ações. Vale o
mesmo com Deus”.
Dom
Armando