Se você é cristão,
isto é, se você teve a graça de conhecer Jesus Cristo e acolhê-Lo como Senhor
de sua vida, e, ainda mais, se você consegue entender o sentido dessa pertença,
então, hoje, gostaria de lhe propor algumas ideias a respeito desta pergunta: “Por
que os cristãos se reúnem para celebrar a Liturgia, sobretudo a Eucaristia?”.
Trata-se de uma
pergunta que parece simples para os que, habitualmente, frequentam a Igreja ou,
talvez, desnecessária para outros. Mas compreender melhor o que a gente faz,
sobretudo no que se refere à dimensão religiosa, é muito importante. Então, por
que nos reunimos, especialmente aos domingos, para celebrar? (um dia
refletiremos a respeito do que significa mesmo celebrar!)
Antes de tudo, é
oportuno pensar na experiência que fazemos e ver qual sentido tem para cada um
(a), para você. De fato, cada pessoa vive esses momentos com um sabor próprio.
Deixamos nossas
casas, os afazeres e as preocupações do dia-a-dia e nos encaminhamos para o
mesmo lugar. Aqui encontramos outras pessoas que vieram por razões que eu
desconheço, mas – ao menos, penso – são parecidas com as minhas. Trata-se de
razões que têm como alicerce a fé em Jesus Cristo.
Vimos, na conversa
anterior, que nossos encontros começam com o sinal da cruz, sinal repleto de
sentidos, resumo de nossa fé.
Agora estamos
reunidos. Chamamos de Assembleia esta reunião. Ela tem um
sentido próprio, que vem não de nós, mas d’Aquele que nos convidou. Eu vos escolhi para que produzais frutos;
Eu vos chamo de amigos. Palavras
antigas e sempre novas que os eleitos e escolhidos entendem.
Mas, se alguém lhe
perguntasse: “Por que o senhor / a senhora veio aqui, nesta hora, a esta
Igreja?”, teria pronta uma reposta que provém do íntimo do seu coração? Com
certeza, uma resposta tem. É habito social? Costume e tradição ou, veio para
encontrar resposta a algum problema que perturba sua vida? Ou pretende
agradecer por uma graça que recebeu? Ou existe em você o desejo de conhecer e
amar mais Jesus Cristo? Ou foi por encontrar amigos e colegas? Ou o amor de
Jesus que doou sua vida, mexe em seu íntimo e impele na caminhada do testemunho
de uma vida mais autêntica, pura e solidária? Ou, talvez, você entendeu que foi
chamado(a) por Cristo e sente em si como um fogo, o fogo do divino Espírito que
queima e, por isso, chama a viver mais aberto/a aos irmãos, como membro de um
corpo, como parte de um povo que caminha na história tendo uma esperança e um
horizonte aberto ao futuro de Deus?
Confesso que eu
vivo sempre com muita alegria todo encontro com irmãos e irmãs de fé. Sinto
vibrações de vida, experimento algo que me faz acreditar que a vida é
maravilhosa, apesar de tudo e, através de simples gestos e palavras, ‘símbolos’
feitos de coisas, de música e canto, de ouvir e tocar, tudo contribui para
tornar diferente a vida do dia-a-dia - mais vida - e dar-lhe outra cor que
transforma o olhar e faz voltar para casa diferente.
Desejo
que cada encontro na Assembleia santa produza sentimentos e pensamentos que
transformem sua vida enriquecendo-a de vigor, alegria e paz.
Dom Armando Bucciol
Bispo Diocesano