Por que não somos Missionários?

Esta frase pode soar estranha aos nossos ouvidos, uma interrogação que se compreende como uma assertiva. Pode parecer contraditória, principalmente neste mês que tanto ouvimos falar nas missões, rezamos, estudamos, discutimos e nos empolgamos, no entanto, salvo engano, muitas vezes permanecemos por ai.
Os nossos grupos, movimentos, comunidades e pastorais nos oferecem tudo o que precisamos, gera-se uma zona de conforto, temos dificuldade de ir ao encontro do outro, missão antes de qualquer coisa é relacionamento, é diálogo, pecamos neste sentido.  Afinal, não é fácil estarmos presentes nos eventos organizados por nossos irmãos, são cansativos, tediosos, eles possuem um jeito “estranho” de celebrar a fé, mal pensamos em missão em nossas próprias comunidades e pastorais, nosso coração já anseia pela “ad gentes”, no entanto, é só um anseio.
Neste sentido, precisamos de uma paroquia missionária, de uma Igreja em estado permanente de Missão.  Aqui nos referimos a uma atividade que seja frequente, diária, dias de missão nas comunidades são mais que válidos, são necessários! No entanto, precisamos ir sempre além.  Devemos estar atentos aos exemplos de Pedro e Paulo, que não mediram esforços para a missão, apesar da diferença nítida entre os dois, o “ardor missionário” os unia.
Precisamos estar em estado permanente de missão, o que pede de nós, compromisso e dedicação, amor ao próximo, disponibilidade para servir. Missão se faz no dia-a-dia, na família, na escola, no trabalho, não somos missionários, pois não visitamos nossos irmãos que sofrem! Doentes e idosos quase sempre recebem a visita das mesmas pessoas, mas só visitamos aqueles que são da comunidade, não visitamos os mais pobres, aqueles que se mudaram há pouco tempo, é preciso deixar nossas estruturas para ir ao encontro daqueles que mais necessitam.

Que este mês missionário nos motive, nos anime e nos de forças para vivermos plenamente o chamado que Cristo nos faz, que o exemplo e proteção da bem aventurada sempre Virgem Maria, faça de nossas paróquias uma verdadeira escola missionária, uma paróquia que se encontre em estado permanente de Missão, que seja de fato “ Comunidade de Comunidades”.  

Sem. Alisson Caires
2º Filosofia