FÉ E RAZÃO NA IDADE MÉDIA

A idade média é o período da história compreendido entre os séculos V e XV da era cristã, marcado por uma série de considerações preconceituosas e equivocas na maioria das vezes e neste período que se dá a complexa fusão dos valores culturais germânicos e romanos, temos a formação do império bizantino, a expansão dos árabes e o surgimento das primeiras universidades. Cambi, em seu estudo sobre a História da pedagogia acentua a importância que a idade média teve para a cultura europeia:
A Idade Média é o tempo do cristianismo e da Igreja, mas é também a época dos povos e das ideias comuns da Europa: ideias mitos, ideias tradições, ideias legendas que construíram o arcabouço fundamental dos povos europeus.
Longe de ser a “Idade das trevas” o período medieval marcou para o homem europeu uma mentalidade nova e típica pela qual foi profundamente marcado. Porém, não podemos negar a influencia do pensamento religioso neste período histórico. Neste sentido nada mais natural que os assuntos discutidos pelos mais proeminentes filósofos do medievo estivessem diretamente ligados ao desenvolvimento é a compreensão dos valores cristãos.
Marcada pela redescoberta da antiguidade clássica tem como principais problemas a discussão acerca das relações entre fé e razão, sobre a existência e a unidade de Deus, os objetos da metafisica e da teologia, e os problemas do conhecimento e dos universais. Entretanto, a maior discussão deste período se baseara na relação entre fé e razão que veremos a seguir.
Os grandes filósofos da Idade Média teciam suas reflexões acerca do tem asupracitado, Averois e Avicena apoiaram-se mais na razão enquanto Santo Agostinho e Santo Anselmo acreditavam na primazia da fé.  A fé é a pressuposição e o ponto de partida para qualquer especulação, A fé, entretanto não suprime a inteligência, nem a razão tendo em vista que as desperta como nos diz Anselmo em seus escritos. Todo o pensamento agostiniano gravita em torno de Deus, assim o conhecimento é o resultado de um processo de revelação divina. Para Santo Agostinho a fé revela as verdades de forma intuitiva e direta e depois vem à razão que esclarece aquilo que a fé já revelou.
Santo Tomás de Aquino procura a harmonia entre a fé e a razão, classifica a filosofia como serva da Teologia. O tomismo tem como finalidade não contrariar a fé, tendo como objetivo organizar um conjunto de argumentos para defender e demostrar as verdades do cristianismo. Tomás tentará provar a existência de Deus através de cinco vias.
Outros nomes importantes da idade média são: Plotino, Boécio, Pedro Abelardo, Pedro Lombardo, Guilherme de Ockham, entre outros. Como podemos perceber a idade média foi um período bastante rico na produção filosófica, os questionamentos e problemas produzidos continuam a nortear a reflexão de muitos pensadores até os dias atuais.
João Paulo II em uma de suas encíclicas irá tratar sobre a discussão fé e razão, trata-se da Fides et Racio, na qual apresenta Fé e razão como duas asas que nos levam a Deus, as duas são necessárias, a fé não caminha sem a razão, ao mesmo que passo que a razão não vai adiante sem a fé.

Sem. Alisson Caires
3º Filosofia