As orações que seguem o
Pai-nosso - o embolismo e a oração da paz – que já vimos,
e os ritos que vêm em seguida, visam preparar a Assembleia à comunhão
eucarística.
Mais um rito, simples, mas
denso de significado, quero-o comentar. Trata-se da fração do pão. Com
certeza, todos que frequentam a Eucaristia observaram que, neste momento, o
presidente da celebração divide em pequenos pedaços o pão consagrado e coloca
um pedacinho no cálice.
Fração do pão é um dos nomes dados a toda a celebração, como
documenta Atos dos Apóstolos (2,42), quando se apresenta a primeira comunidade
(de Jerusalém), e se diz que seus membros “eram perseverantes em ouvir os
ensinamentos dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações”. O apóstolo Paulo
observa: “Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois
todos participamos desse único pão” (1Cor 10,17).
A Instrução Geral do Missal
Romano (n. 83) observa que este rito: “significa que muitos fiéis pela Comunhão
no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do
mundo, formam um só corpo”. “A fração se inicia terminada a transmissão da paz,
e é realizada com a devida reverência” (...). “O sacerdote faz a fração do pão
e coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do Corpo e do
Sangue do Senhor na obra da salvação, ou seja, do Corpo vivente e glorioso de
Cristo Jesus”. Enquanto se proclama - ou se canta - o Cordeiro de Deus.
Observo que o gesto está
ligado à comunhão que logo segue; portanto, não tem sentido fazer a ‘fração do
pão’ no momento da consagração.
O gesto da fração do pão manifesta, de forma simbólica, “a
força e a importância do sinal da unidade de todos num único pão, e desse sinal
de caridade, porque este único pão é distribuído entre irmãos” (...) “Partir e
compartilhar Cristo é sinal de amor e caridade” (CELAM. Manual de Liturgia, III, p.
156).
Esse gesto deve ser feito por
quem preside de forma bem visível, com arte e solenidade, para tornar visível,
através do gesto, o sentido do dom de si que Jesus realizou qual Cordeiro de Deus que carrega sobre si o pecado da
humanidade e se oferece em sacrifício como pão partido para que seu sacrifício
faça da humanidade inteira uma só família reunida no e pelo seu amor. De fato,
Ele nos amou até o ponto mais alto, como ressalta o evangelista João, quando,
ao capítulo 13, começa a narração da última Ceia.
Dom Armando